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MP pede perdão judicial ao pai que escreveu bilhete para contar que matou filho com atiro acidental



Promotor entendeu que não há punição judicial maior do que a dor que o pai carrega por perder o filho. Em momento de desespero, pai pegou o filho no colo e usou arma para atirar no próprio rosto.

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) pediu à Justiça o perdão judicial e arquivamento do processo contra o pai que matou o próprio filho, de 11 anos, com um tiro acidental dentro de casa, em Formosa, no Entorno do Distrito Federal. O acidente aconteceu em maio deste ano, no momento em que o pai, que é atirador esportivo, mostrava uma arma a um cliente e disparou sem querer contra o filho.


O disparo de espingarda acertou o peito da criança, que brincava a um metro de distância da negociação. O pai pegou o filho no colo e, no momento de extremo desespero, usou uma arma para atirar contra o próprio rosto.


A criança morreu em casa. A Polícia Civil revelou à época que o pai foi socorrido e sobreviveu ao disparo.

O processo judicial corre em segredo de justiça. Por isso, o g1 não localizou o advogado do homem para se manifestar.

O promotor Douglas Chegury pediu o perdão ao entender que não há punição judicial maior do que a dor que o pai carrega por perder o filho. O homem chegou a ser indiciado por homicídio culposo


“O permanente sentimento da perda é mais que suficiente para a prevenção e reprovação do crime, sendo totalmente desnecessário infligir ao investigado, já estigmatizado, o sofrimento psicológico de ver sua tragédia pessoal rememorada e discutida no âmbito de um processo judicial”, descreveu Chegury.

Bilhete de perdão

O homem escreveu uma carta com pedido de perdão e depois atirou no próprio rosto. A Polícia Militar encontrou o pai consciente e o levou a um hospital, que sobreviveu ao disparo.

O delegado Danilo Meneses, que investigou o caso, relatou na época que policiais militares chegaram na residência, no Setor Formosinha, e logo ouviram o barulho de um segundo tiro. Foi o disparo que o pai fez no rosto após atirar no filho.


Mesmo ferido, o homem escreveu um bilhete pedindo perdão pela morte do filho e pediu que o deixassem morrer. "Foi acidente. Matei meu filho. Deixa eu morrer. Matei meu filho por acidente. Peço perdão", escreveu o pai na carta.

Venda de arma

O pai é atirador esportivo e trabalha como autônomo. O delegado contou que ele tem quatro armas de fogo registradas em seu nome. Mas por dificuldades financeiras, optou por vender uma espingarda calibre 12.

"Ele ia tirar uma foto da arma que estava vendendo, que é legalizada, e o filho estava por perto. Possivelmente ele acionou o gatilho sem perceber", contou o delegado.

g1 Goiás.


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