Ao todo, 198 casas estão comprometidas. Com os primeiros dias sem chuvas, estradas estão sendo arrumadas para facilitar acesso da Defesa Civil e envio de doações.

Cerca de 300 famílias estão isoladas há quase um mês em Cavalcante, no noroeste de Goiás, devido às fortes chuvas na Região da Chapada dos Veadeiros. Ao todo, 198 casas correm o risco de cair. A prefeitura da cidade ofereceu um abrigo com todas as refeições para os moradores afetados.
O aposentado José dos Reis Silva morou mais de 20 anos na mesma casa, mas ela foi interditada pela Defesa Civil. Parte da construção já desmoronou. Ele passou, então, a morar com a filha.
“Graças a Deus está tudo bem, estou vivo”, disse.
Muitas casas no município são feitas de tijolos de barro. Quando chove, as paredes ficam encharcadas e a estrutura comprometida.
"Não é fácil, porque a gente já é acostumado com a casa. Mas é melhor que perder a vida", disse a dona de casa Elisabete Pereira da Silva, que vai ter que deixar a casa.
Por conta da grande Demanda da Defesa Civil, um posto de comando foi montado em uma escola. Todas as informações sobre casas e regiões afetadas são colocadas em um mapa. Ao todo, mais de 3 mil pessoas foram afetadas pela chuva.
Mesmo com a estiagem dos últimos dias, os pedidos de ajuda não param de chegar. Muitas estradas de terra ficaram quase intransitáveis, o que dificulta a chegada da Defesa Civil às áreas atingidas e também o envio de doações.
As obras para começar o reparo nas estradas estão em andamento. A via que leva à comunidade kalunga Engenho 2 foi liberada na última quarta-feira (19). No local, muitas casas estão com rachaduras. Outras já desabaram.
“Eu tenho medo, eu fico aqui porque não tem outro lugar. Aqui são várias casas que aconteceu isso, então não tem para onde a gente ir, tem que ficar em casa e confiar em Deus”, disse a dona de casa Alessandra Santos Rosa.
A Defesa Civil alerta para que moradores não insistam em continuar nos imóveis. “Algumas insistem em ficar em casa. A gente tem colocado um termo para a pessoa assinar dizendo que ela se compromete com esse risco de permanecer ali. Caso desabe essa estrutura, a gente se isenta dessa responsabilidade. O que o a gente quer é preservar vidas”, disse o secretário de Defesa Civil de Cavalcante, Rodrigo Batista Neves.
Fonte: g1 Goiás